segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fundamentos do Yoga




Falando mais um pouco de Yoga:

O Yoga precisa ser vivenciado como uma experiência direta, não pode ser meramente teórico. A sua prática é um caminho para a experiência espiritual. Daí a importância do Sadhana (prática) diário.

Vários são os fundamentos do Yoga. A sua base está ligada à ética. No Yoga existe um código de ética que tem início nos Yamas (restrições), que também são conhecidos como o 1 anga de Patanjali.

São eles: ahimsa (não-violência), satya (verdade), asteya (não roubar), brahmacharya (usar corretamente a nossa energia vital) e aparigraha (não-possessividade).

O que podemos observar partindo daqui?

Patanjali acreditava que o caminho do Yoga seguia 8 angas, ou seja, oito partes. Como já foi dito aqui, ele colocou os Yamas como o primeiro deles. Por que exatamente? Antes de chegar no anga da prática física (os ásanas), é preciso começar como uma limpeza espiritual, uma limpeza de comportamento, uma reavaliazação de nossas decisões e atitudes.

Não-violência (ahimsa) é muito mais que não comer carne de animais, é muito mais que não bater em alguém. Ahimsa é a prática do não-julgamento, é a prática da paciência, da serenidade, é a prática em se colocar no lugar do outro, é procurar ter pensamentos genuinamente mais puros. É não-violência com si próprio. Não, não é fácil. E é só uma das cinco partes do primeiro anga.

Passando para a verdade (satya). Viver em verdade é muito mais que não contar mentiras. É mais que apenas dizer sim e cumprir. Claro, tudo isso é viver em satya, mas viver em satya é não mentir para si mesmo. Viver em satya é estar leve e puro consigo mesmo antes de tudo. É uma honestidade além daquelas que ensinamos as crianças. É aprender novamente o que é nosso ou não.

Não-roubar (asteya) pode parecer apenas o óbvio: não tomar para si nada que não for seu, mas vamos além. Quando pensamos em roubo, pensamos no material, nas ideias. O roubo pode se referir à privação que você coloca alguém, roubar pode significar não dividir o tempo.

Uso correto da energia vital (brahmacharya) é não disperdiçar energia. Ouvimos muito falar do disperdício da energia sexual, pois as se envolvem umas com as outras simplesmente pelo prazer. Quando estamos falando sobre isso, estamos sim falando de brahmacharya, mas queria ressaltar aqui que brahmacharya também diz respeito à não nos envolver em discuções frívolas, é não dar nosso tempo e energia para pessoas que não querem o seu bem ou o bem de outros seres. É realmente se focar no bem e no desenvolvimento.

Aparigraha: a não possessividade: vivemos em aparigraha quando não nos apegamos aos bens materiais, sim é verdade. Vivemos em não-possessividade quando as pessoas ao nosso redor são livres, e veja, não se trata de livertinagem, como ouvimos bastante por aí, se trata de pessoas livres, libertas, pessoas que estão unidas por amor, convicção e bem comum e não por chantagem, medo ou vaidade.


Por que resolvi abordar este tópico? Acho que além de se tratar do primeiro anga de Patanjali e um dos fundamentos do Yoga, acho importante que possamos tentar ver o outro lado das coisas. Nada que for dito como verdade absoluto assim o é. Repito aqui: o caminho do Yoga é o caminho da liberdade em busca da nossa verdadeira natureza, na qual iremos nos encontrar com um eu absolutamente livre e completo, do qual nada precisa ser acrescentado ou retirado. Nada.

Namastê!!!


Imagem: Yoga Avaha