quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Prudentópolis - PR - A Terra das cachoeiras gigantes

Prudentópolis - PR - é uma cidade cheia de encantos, surpresas, belas, simpáticas e simples pessoas, além de lindas paisagens. Neste 7 de setembro, fomos para lá fazer um ecoturismo e fugir das estradas lotadas em direção ao litoral. Foi um passeio muito bom.
A cidade fica um pouco mais que 200 km de Curitiba, entre Guarapuava e Ponta Grossa. O grande atrativo de Prudentópolis são as suas famosas cachoeiras (são mais de 100 catalogadas e entre elas há várias com mais de 100 metros de altura). Por isso a cidade está como um dos 1001 lugares para se conhecer no Brasil antes de morrer, segundo uma revista lançada pelo Guia Quatro Rodas. Além de belezas naturais, o lugar também tem na religiosidade outro atrativo. São 33 igrejas católicas ucranianas, além de 27 latinas e outras tantas evangélicas. Isso tudo para uma população de cerca de 50 mil habitantes, sendo que 70% de sua população são descendentes de ucranianos. Para chegar em Prudentópolis não há erros. Saindo de Curitiba, pegue a BR 373 sentido Guarapuava.

Nós ficamos hospedados no Hotel Burack, localizado na Av São João (a principal da cidade). O custo benefício foi ótimo e o atendimento bem joia. Chegamos ao meio dia de sábado. Comemos no restaurante Chapa Quente, buffet por quilo, e fomos em busca das nossas primeiras aventuras. As pessoas da cidade parecem não se importar muito com as cachoeiras. No hotel nos foi dado um mapa, algumas explicações e partimos para aventura assim mesmo. Tendo apenas o período da tarde, resolvemos fazer as cachoeiras que ficam no sentido Ponta Grossa. Lá ficam Salto Barão do Rio Branco e o Salto Manduri, além do Recanto Rickli, um local com infraestrutura para almoço, lanche, churrasco, camping e banho em piscina, pois a cachoeira que ali se encontra não permite banhos, por isso é fechada com uma cerca. Ali tivemos medo da viagem ser um fiasco. Além de não poder tomar banho de cachoeira ainda tinha o problema da seca. A cachoeira estava mirradinha, coitada.

Em seguida, a viagem já voltou a valer a pena e percebemos que tudo não passou de um susto. Fomos conhecer o Salto Barão do Rio Branco. O salto tem 64 metros de altura e é muito lindo. Lá tomamos um banho beeeemm gelado, mas foi incrível. Revigorante. Até porque precisariamos subir os quase 400 degraus que levam até o salto. Valeu cada um. À noite, jantamos no Armazem Pub. O atendimento foi ótimo, assim como a comida e o preço. Comi pierogi (claro), sou fã deste prato. Estava muito bom. Durante nosso jantar, observamos como é a noite prudentopolitana. Jovens parados nas praças ou circulando com os carros pela Av São José, bebendo bastante.

Na Pastelaria do Tio Zito, conhecemos um guia que nos deu bastante informações sobre a cidade e os locais. Ele ofereceu um guia, mas preferimos seguir nosso caminho com o mapa e a coragem.
No outro dia, acordamos cedo e fomos conhecer a Reserva Particular do Ninho do Corvo. A estrutura deles é bem bacana. Você pode fazer uma série de atividades ali mesmo na reserva ou marcar para ir em um dos rios e cachoeiras da região. por conta do frio, eu e o Ed preferimos fazer um rapel seco ali mesmo (70 metros de altura). Havia a opção de fazer na cachoeira, mas iremos no verão! O pessoal é bem profissional. O local é lindo, lindo. Prepare-se apenas para a volta. Descer 70 metros pela corda e subir pelas pernas. Podemos dizer que no Ninho do Corvo também é possível dormir e acampar, montando um pacote com passeios e atividades.

Depois do Ninho do Corvo fomos em direção ao Salto São Sebastião. Ao chegar, você precisa pagar R$ 2,50 para a proprietária das terras onde se localiza a cachoeira de 120 metros. Pelo preço você encontra banheiro apenas. Não há nenhum outro tipo de estrutura ou ajuda. De cima você tem uma vista de longe do salto. Para ir no seu pé é preciso encarar uma trilha com trechos bem íngremes. Desça, vale a pena. Em frente ao salto São Sebastião, há o Salto Mlot com 100 metros. Ali aproveite o sol e a forma suave com que a água escorre para se refrescar depois da caminhada e para se preparar para o retorno.

Já era hora do almoço e ali na região o único lugar para comer é o Recanto Perehouski, que também possui trilhas e cachoeiras. Acabamos não reservando, pois ficamos com medo de ficarmos presos ao horário. Ali a comida é caseira e feita para o número de reservas, portanto é bom que você avise antes. O recanto fica bem pertinho da reserva Ninho do Corvo (que só oferece almoço para grupos e com antecedência).

Com barrinhas de cereal, água e chocolate, seguimos nosso caminho em direção ao Salto São João. Na entrada pagamos R$ 3,00 por pessoa. O valor inclui banheiro e a indicação de uma trilha. Esta cachoeira também fica em uma propriedade privada, na qual você encontra um pesque-pague. Nós? Seguimos nosso passeio para a terceira trilha do dia. No Salto São João você tem duas opções também ou segue esta trilha indicada para a cabeceira da cachoeira ou faz uma outra trilha para chegar na parte de baixo. Para fazer esta última o pessoal recomenda um guia e mais tempo. (Nós chegamos lá umas 15horas mais ou menos). Apesar de perigoso ficar ali na cabeceira, o local é incrível e tem uma linda vista. É perigoso ficar por ali, ainda mais se o rio estiver cheio e tiver muitas pessoas, pois o espaço para circular antes de cair é pequeno em algumas partes. Havia um mirante na estrada que permitia avistar o Salto São João compelto, ele tem 84 metros. Mas o mirante, veja que coisa, desabou. Dizem que será construído outro. Por enquanto o salto é visto da estrada mesmo.
Depois destas aventuras todas paramos no Recanto Cassiano. Ali tem algumas churrasqueiras, banheiros e pequenas quedas. O local estava cheio de moradores. Tipo o Parque Barigui no domingo, sabe como?

No outro dia, nosso último passeio foi ao Salto do Sete. Há uma trilha bem pesadinha para chegar nele. Tenha fé. Você não irá se arrepender. Para não se perder, vire sempre à esquerda. Neste salto também há duas trilhas, uma para a cabeceira e outra para a parte de baixo. Como era nosso dia de ir embora. Fomos somente no pé. É lindo, lindo, lindo. Ah, na entrada, há uma porteira fechada. Você precisa pagar R$5, que só dão direito a umas três placas de indicação pelo caminho.

Depois de mais uma trilha, banho e estrada de volta para Curitiba.

Prudentópolis é realmente linda. Em todos os lados há uma linda paisagem, seja uma cachoeira, uma plantação, um pinheiro. Não feche os olhos e curta tudo o que puder.

Dicas importantes:

- Leve um tênis confortável para as caminhadas. Dê preferência para as botas de trilhas.
- Use repelente o tempo todo. Os bichinhos atacam bastante.
- Não ande sozinho. Em nenhum um lugar há controle de entrada ou saída. Se você "desaparecer" ninguém saberá em qual das cachoeiras você estava.
- Fumantes e sedentários podem sofrer bastante em algumas trilhas mais pesadinhas.
- Se quiser conhecer mais sobre a colonização e história do lugar e das cachoeiras, pegue um guia local. Custará, em média, R$ 100 a diária.
- Carregue SEMPRE água e uma comidinha como barrinhas de cereal e outros lanches. A infraestrutura é praticamente zero.
- Fique no mínimo três dias inteiros no local.
- Use protetor solar.
- Informe-se bastante. O local tem 100 cachoeiras catalogadas e nem uma dezena delas faz parte do circuito "oficial".

No mais, basta usar o bom senso para aproveitar o seu passeio nesta cidade incrível com segurança e alegria.

Outras informações
Pastelaria Tio Zico 42 3446-4020

Um comentário:

  1. Ótima narrativa, meu amor. Que bom seria se as pessoas lá soubessem repassar para a gente tão bem as informações como você está passando. Mas talvez esteja aí mesmo a graça: pegar um mapa (mesmo que desatualizado) e desbravar. Beijos.

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